sábado, 26 de dezembro de 2015

Vagueando

*Escrevendo de ressaca (Física e Emocional)*





Mesmo acompanhado, caminho sozinho.
Mesmo apaixonado, nada de carinho.
Mesmo sendo amor, não é reciproco.
Mesmo com fé, não há destino.

Em minha morada fui expulso.
Em minha religião fui exumado.
Do meu sentimento fui excluído.
Da minha história fui apagado.

E venha a mim passarinho, sou só um mendigo.
E venha a mim felicidade, estou subnutrido.

Caminhando com fé, de olhos vendados,
Surdo para os sentimentos, desapegado para o tato.
Cruel para com os  benevolentes, reciproco para com os desleixados.

Se sou o fiel, você é a religião.
Se faço a prece ela tende a ser em vão.
Se Peço o pão de seu corpo, me vem o fel da desilusão.
Sem esperanças caminho.
Sem nada a perder luto.
Se nada a ganhar sobrevivo.
Sem me desesperar continuo.
Sem ti ver, adivinho.
Sem viver, ressuscito.

Caminha da alvorada à aurora com passos soltos, coração cheio e olhos mortos.
Perde-se em si mesmo, para encontrar-se nos outros.
Sendo ela a coisa certa, tenho eu que ser a errada.
Sendo ela a escolha, tendo a ser a indecisão.
Sendo ela o caminho, devo ser um atalho.

Tenha fé, dedicação, pois mesmo que não haja ninguém pra guardar o guardião, ele ainda assim se mantem um guardião.


"Ela era a melhor parte de mim,
  E agora só sobrou eu."



                                                         Rafhael de Oliveira Silva Salles.

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