terça-feira, 28 de junho de 2011

Aos olhos de um cégo.

 

De fora da linha mergulho e desço para o mundo.
Afogo-me em sentimentos e devaneios a cada momento.
Jugo o pó, e ignoro o ouro.
Abdico do belo para louvar ao esboço.
Desisto das respostas.
E me apego ao questionário.


Um passo de cada vez,
Braços que abraçam a insensatez.
E ao observar, encontra-se.

Um abraço ao descaso,
Uma rosa ao despacho.
Um amor ao desalmado.
Um suspiro aliviado, para um corpo desapegado.
Somas, subtrações, que já mais chegam a divisões.

É como um juiz sendo julgado.
Como um pecador sem um pecado.
Sentenciado sentenciando.
Piedade para os ricos
Ganância aos pobres.
Amor aos vermes.
Desespero à plebe.
Compaixão aos críticos.
Reclusão aos hereges.
Na mais pura visão de um cego.

Em par cada um está sozinho.
Mas em grupo até o solitário se sente em abrigo.
Podemos nos afastar,
Mas não esconder.
Podemos ocultar,
Mas nunca conter.
Podemos chorar,
Mas nunca esquecer.
Que o ódio haverá
Mas o amor vai vencer!


                                             Rafhael de O. S. Salles  "anjo"

VIRTUDE DO CAOS - Template Design | Elque 2007