quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Eu que não sei falar de amor.

Eu que mal sei dizer o que e certo, pois em tempos como esses fazem de mim algo futurista ou antagônico.
Talvez não seja eu o atemporal, mas algo no dia dia não me parece normal.
Em que momento trocamos as virtudes?
E que momento redimensionamos a medida do incabível?
Fazemos do hediondo cotidiano, e da caridade raridade.

Essa capacidade do eu singular na hora de cobrar, e do eu coletivo na hora de ser cobrado.
Essa fé diluída em muita segregação, quando a maior parte das religiões prega a compaixão.
Esse estouro desenfreado para rotular o que não si é, e para apontar quem está errado.
Esse vício em extremismo, seja na homofobia, na religião, no feminismo, ou na simples opinião.
Contrastado pelo conformismo ao se deparar com o descaso do estado, falta polícia, falta saúde, falta escola, mas enquanto houver algum gay, machista ou ateu, haverá sempre algo mais importante para se cuidar do que  vigiar seus candidatos.

E em tempos como esses, vivemos de contrastes extremistas e discrepantes, em um dia temos a memória de um elefante ao cobrar uma divida histórica, no outro temos amnésia sobre os escândalos de corrupção em nosso país.

Em um segundo momento sabemos de có o resumo da novela, ou a escalação do nosso time, reclamamos de nossas mazelas, mas sem argumentos nem cacife.
24 jogadores sabemos de có, mas a grande maioria nem si quer sabe quem são os senadores que representam seu estado.

E em um momento de fúria, pichamos muros, destruímos bancos, atacamos pivetes, com nossas panelas provocamos escândalos, e no auge na nossa rebeldia compartilhamos fotos do que não gostamos, enquanto nos acalmamos vendo algum vídeo engraçado logo a baixo do que postamos.

Se bem que eu compreendo a falta de protesto, somente uma parcela da população fica doente ou precisa de médicos por vez, somente uma parcela da população é assaltada por vez.
E nessa tendência ao Alzheimer coletivo, passeamos por alguns dias e já esquecemos sobre os horrores e vergonhas sofridos, e com isso chegamos a nossa maior capacidade neste século,  o egoismo.
 O egoismo nos dias de hoje tomou uma proporção totalmente nova e mais abrangente. É bem simples de compreender esse pensamento:
"Se é bom, é pra mim!, Eu mereço!"
"Se é Ruim, a culpa obviamente é de outra pessoa!"

E isso se reflete até nos níveis mais primórdios da sociedade.

Hoje em dias os pais não querem mais a responsabilidade de educar os filhos, terceirizam a função aos professores, à televisão, as músicas, e até mesmo à internet, claro que quando tudo da errado a culpa não é deles e sim dos professores mal formados, da televisão violenta, das músicas depravadas, e da internet virulenta.

Estamos de parabéns.

E eu que cada dia percebo que não sou desse tempo me pego errando.
Como não estar errado?
Traição virou cotidiana.
Os cidadães de bem é que têm que se esconder.
Os trabalhadores que não recebem seus salários tem de aceitar que isso é normal.
O doente que vai ao médico, nem é atendido por falta de material.

Mas nem tudo está perdido! Não é!?

Ainda temos dinheiro para investir no carnaval.
Para trazer as Olimpíadas.
Construímos um museu novo, e moderno com o dinheiro daqueles outros velhos que fechamos.
E ainda tem as bençãos do povo, que passa o fim de semana bebendo cerveja, e o resto do mês com pão com ovo.

É, e eu ser romântico e sonhador não leva a nada, pois como terei forças pra falar de amor, quando toda a nação está enterrada?

                                                                                                     Rafhael de Oliveira Silva Salles.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Quimioterapia



Na tentativa de me tornar o mais forte, me enfraqueci.
Na tentativa de ser feliz, me afoguei.
Na tentativa de me salvar, me perdi.
Quando não mais acreditei, te encontrei.

Três postagens em menos de 24 horas, eu estou mesmo aflito.
Porque eu realmente te amo.
Por que eu realmente te amo?

Se houvesse a minima chance de retorno, apostaria, esperaria, conviveria com a angustia de te esperar, e eu esperaria.

Mas você deixou bem claro.
Em algum momento pegou repulsa, passou a me considerar um "psicopata" por não deixar de te amar.
Quando quis ti ver você quis gritar.
Quando quis te amar, você disse amar outro.
E eu ainda te amo, e isso dói!
Isso não passa, não quer passar.

E eu te amo, e você ainda está aqui dentro, isso é desesperador.

Eu tenho a tendencia a fazer merda no auge do desespero.

E eu te amo.

00:35 do dia 25 de dezembro de 2015, tênis, calça, camiseta, esqueite, foco, Descer e encara-la!
00:38 do dia 25 de dezembro de 2015, isso dificilmente vai dar certo, e o resultado é no mínimo eu estragar meu natal, e talvez o dela.
00:40 do dia 25 de dezembro de 2015, começa a inferência.

"Ela ta na vó, ou na irmã, não vai querer falar comigo. Afinal por que eu continuo pensando nisso? Por que eu continuo com ela aqui dentro?
É eu devo ter feito dela uma parte de mim, e talvez por isso não consiga abandonar.
Talvez não haja uma forma de eu abandona-la sem causar danos maiores a mim.

hummmm, Talvez esteja certo, e por isso não tenha feito nada terminal, ao negar essas oportunidades, mulheres e coisas do tipo.
Por esse angulo parece que faz sentido, por isso esse medo de "trair" alguém que não está mais com você. é o medo de que isso acabe com alguma pequena chance de volta, ou que isso magoe o pedaço dela que ainda está com você.

É, está na hora de se decidir, ou pula de cabeça para falar com ela, ou pula de cabeça nessa auto-mutilação."

01:20 do dia 25 de dezembro de 2015, elas chegam, e é notável a minha cara de bunda.
"Talvez seja um sinal,
Não é algo que eu realmente queira, mas acho que isso vai ajudar a arrancar isso daqui de dentro."

E numa guerra de eu contra eu mesmo, não há como sair ganhando, mas havia a esperança de que a parte onde só tem eu vencesse, e a que tem você fosse abatida.

Para minha decepção, houve mutilação, peso na consciência, e nada mudou, você ainda está aqui dentro, eu ainda me sinto mal por fazer coisas que não quero só pra tentar te esquecer e só aumentou o desespero.

Notei que você está tão dentro de mim, que escrevo como se você fosse ler.
Como se fosse uma conversa, ou uma confissão, um desabafo, um diário.

Mas nem tudo foi em vão, aprendi certas coisas com minha conduta dentro do desespero.
Aprendi que meu amor por você não vai diminuir por números, nem por tempo.
Acredito que talvez, se eu merecer, alguém vai aparecer e mudar a minha vida.
Nunca fui um homem muito esperançoso, e talvez por isso já tenha caído tão bem  a ficha de que só  sobrou eu nessa história de amor.

Então o que cabe a mim?

Acredito que agora cabe a mim continuar com meus objetivos para me tornar insubstituível.
Cabe a mim fazer dessa dor um karma, e manter essa ideia de retorno para seus braços em um baú, bem lá no fundo, pois é meu maior desejo, mas desejar tocar um Deus não te dá a possibilidade do mesmo, então guarde esse sonho.

Espero ter a sorte de conseguir amar alguém, de esquecer, de viver.
Espero que não demore, que eu não vire o canalha que quase me tornei.
Espero que eu seja tão forte quanto preciso ser.
Pois durante todo o processo dentro de mim, sempre haverá você.

E mais uma noite você aparece em meus sonhos.
É estranho, mas eu subconscientemente nutria esperanças de ti ver esse fim de ano.
De que tudo voltasse ao que era e que nós pudéssemos ser felizes juntos.
Como você sempre me dizia "você é muito idiota", "as vezes você parece criança", em fim você estava certa, e eu esperando, sei lá... Papai Noel te trazer pra mim?

Você nem sempre foi a mulher mais decidida do mundo, mas sempre foi bem orgulhosa, e não voltaria atras para me amar, não o faria porque acha que seria desrespeito para com todo esse esforço de se afastar.
Não voltaria, pois por ser orgulhosa, houve muita vergonha que lhe fiz passar.
Por ser  orgulhosa viveria amargurada, só para não ter a chance de voltar  a errar.

E bem, as pessoas mudam, as coisas mudam.
Eu por amar, abdicaria do meu orgulho para te beijar, da minha honra para voltar, só não abdico de você para poder te amar.
E nisso me pego na certeza de que te respeito mais do que a mim, pois passo por tudo isso sem ir até você unica e exclusivamente porque tenho medo de na tentativa te fazer sofrer, e de no processo desrespeitar seu pedido de eu desaparecer.

Por fim, por hoje.

Eu te amo.

                           Rafhael de Oliveira Silva Salles.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Vagueando

*Escrevendo de ressaca (Física e Emocional)*





Mesmo acompanhado, caminho sozinho.
Mesmo apaixonado, nada de carinho.
Mesmo sendo amor, não é reciproco.
Mesmo com fé, não há destino.

Em minha morada fui expulso.
Em minha religião fui exumado.
Do meu sentimento fui excluído.
Da minha história fui apagado.

E venha a mim passarinho, sou só um mendigo.
E venha a mim felicidade, estou subnutrido.

Caminhando com fé, de olhos vendados,
Surdo para os sentimentos, desapegado para o tato.
Cruel para com os  benevolentes, reciproco para com os desleixados.

Se sou o fiel, você é a religião.
Se faço a prece ela tende a ser em vão.
Se Peço o pão de seu corpo, me vem o fel da desilusão.
Sem esperanças caminho.
Sem nada a perder luto.
Se nada a ganhar sobrevivo.
Sem me desesperar continuo.
Sem ti ver, adivinho.
Sem viver, ressuscito.

Caminha da alvorada à aurora com passos soltos, coração cheio e olhos mortos.
Perde-se em si mesmo, para encontrar-se nos outros.
Sendo ela a coisa certa, tenho eu que ser a errada.
Sendo ela a escolha, tendo a ser a indecisão.
Sendo ela o caminho, devo ser um atalho.

Tenha fé, dedicação, pois mesmo que não haja ninguém pra guardar o guardião, ele ainda assim se mantem um guardião.


"Ela era a melhor parte de mim,
  E agora só sobrou eu."



                                                         Rafhael de Oliveira Silva Salles.

Como um diário.






Cerca  de 9 meses se passaram, muita coisa mudou em mim, outras não.
Muitas coisas novas na minha vida, no meu achar na minha opinião.
Uma amizade significante, um emprego prepotente e desanimador.
Mas ainda assim tudo ainda gira em torno do mesmo amor.

Como um mantra eu venho repetindo que o tempo é o melhor remédio.
Demorei para tomar a atitude que tomei nesse natal, e não sei ao certo como me sinto sobre isso,
4 mulheres em 2 dias, 3 visitas intimas, muita bebida, mas assim que tudo se vai  minha mente se volta involuntariamente à ela.

E eu me sinto como se a tivesse traindo, como  eu sou idiota, mas ela mesma sempre disse que eu era um, bem, não devo ter mudado nesse ponto.
Quase desesperador, mas faz cerca de um mês que decidi me distanciar de fato, nada de olhar blog, nada de projeção.

No meio da noite, sentado na grama da praça só eu e meu vinho, e minhas magoas, pensando bem eu sempre fui assim.
Essa estranheza sobre a ausência de uma real felicidade só está sendo causada porque ela me apresentou, antes disso as coisas eram exatamente como são agora.
Triste, as vezes feliz, mas a maior parte do tempo triste.
Mas eu sempre fui bom em esconder esse sentimento, brincadeiras, piadas, e finalmente voltei a ser  a casca que era antes, pessoas descartáveis indo e vindo, piadas sendo esquecidas, lágrimas sendo lembradas, luta dia após dia.
No mal de tudo esse ano não foi todo jogado fora, adquiri um bom amigo.

Natal com carinhos descartáveis, beijos sem sentimentos, relação por pouca atração e conveniência, não foi sempre assim?

Meu subconsciente se esforça pra me levar até você, mas você é passado, você foi tudo, e talvez inda seja, mas não é mais minha, então devo me concentrar nessas migalhas atuais, você deve estar fazendo algo parecido.

É estranho ser elogiado por sair com as garotas mais bonitas do circulo, ser alvo de carinho e atenção e ainda assim me sentir vazio.

Minha velocidade de raciocínio, minha inteligência, minha manipulação, sempre me isolaram das outras pessoas, mesmo estando próximo, cercado eu estou sempre em outro lugar, em um nível diferente.
Eu já estive acostumado com isso,  agora é só voltar.

Minha meta está em progresso, e bem o mal devo ela a você.
Nunca mais acontecerá, eu nunca mais serei insuficiente.
Nunca mais vou me sentir assim, pois eu vou me tornar INSUBSTITUÍVEL!
Corpo perfeito, mente perfeita, alma perfeita, e não importa o quanto isso vá doer, eu vou me tornar algo que seja notado, que minha falta seja sentida, e minha presença desejada.

Essa não é uma promessa de fim de ano, já que estou nela a alguns meses, mas aproveito o ensejo para  fixar aqui minha meta, para que não me desvirtue.





sábado, 12 de dezembro de 2015

Repetição sem fim.


15 repetições para três tipos de flexões de braços, 100 abdominais, 200 agachamentos, repita o processo três vezes.

Dor muscular, exaustão, mas a mente continua perguntando a mesma coisa.

Sobrevoa o romântico sobre o vale da sensatez, um breve voo, sem escalas e de volta para a loucura.
Caminha o errante amante na terra da ternura, mas sem ser de sua amada, não representa a conduta.
Passeia o turista pelo vale da felicidade, mas é um local xenofóbico e sendo ele de fora só causa alarde.
Então é natal, e antes disso haviam três datas mais importantes.
Nasce antes A amada, consuma-se o  namoro perfeito e pragmático, consuma-se na véspera de natal o amor sem questionamento.

E em casa o viajante romântico volta-se as suas filosofias e pensamentos.

Será mesmo que ao envelhecer nos tornamos realmente maduros? Ou nos tornamos apenas mais  suscetíveis ao que nos é inconveniente?
Será mesmo que toda aquela garra e vontade de lutar que uma criança tem é errada? é desespero ou afobação?
A idade vai chegando e vamos pondo prioridades em nossas vidas: trabalho, carreira, estudo.
Tudo isso na ideia de criar um cenário sustentável, mas para que?
No processo de nos tornarmos autossuficientes abdicamos do amor, dos amigos, das boas lembranças.
Estamos de parabéns, todos nós, ao cansar de nadar e fingirmos sermos peixes.
Todos os dias repetindo para si que esse é o caminho certo e que não se pode ir contra a correnteza, ao mesmo tempo que constatamos diariamente que essa rotina não é o nosso lugar.
E como já é bem claro, não somos peixes, e não vamos aguentar essa correnteza pra sempre, e é nessa hora que precisaremos de uma transformação.

Ou um amor que nos crie asas e forças para sair deste lugar que não nos pertence.
Ou nos transformamos em um parasita, apegando-se desesperadamente a cada resto de folego e felicidade que essa vida de peixe raramente nos da.
Rezando todos os dias para que haja folego e paciência, na esperança de que todos esses peixes estejam nadando em direção à uma ilha.
E quando se percebe você nem lembra mais como  é ser feliz de verdade,

Não sei ao certo se sou radical de mais, ou se sou sonhador de mais, ou se sou romântico de mais, ou se eu a amo de mais, mas sei que em todo caso, sou o que sou.
Não pretendo me tornar um peixe, não quero apagar minha essência, não quero negar minhas lembranças, nem cultivar a displicência.

Entrevado no quarto da memória, passo os dias com imagens aleatórias.
Sempre da mesma pessoa, recontando as mesmas histórias.
Que tipo de lugar é esse? Um memorial, um templo, uma sala de tortura, uma abrigo da chuva?
A decoração é linda,  as paredes cheias de memórias, seu sorriso quando eu fazia alguma brincadeira, seu rosto corado quando te fazia pagar mico, seus olhos atentos quando eu lhe fazia alguma surpresa, sua feição de orgulho contido quando eu transparecia ciumes... tantas molduras, tantos atos, tantas cenas, e eu me pego preso à um paradoxo.

Sei o tipo raro de otário que sou, o tipo apaixonado a moda antiga. Já devia estar instinto, e os motivos dessa intinção já estão bem claros, mas contra todas as expectativas eu ainda estou aqui.

Lembro que cantava muito essa musica no começo "nunca vi chorra tanto por alguém que não te quis", irônico é eu continuar chorando, continuar amando, e continuar desejando.

E nesse paradoxo de ser super emocional e super racional, eu continuo amando, querendo esquecer, querendo lutar, querendo correr (para os braços, ou para longe).

Que falta faz um SIM.


Rafhael de Oliveira Silva Salles.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Colagem e reciclagem

Grassas a você essa agora é a segunda pior época do ano.


Legião Urbana:
La Nuova Gioventú.
Os Barcos.
Acrilic on Canvas.

Engenheiros do Hawaii:
Nem mais um dia.
Pianos bar.
Refrão de bolero.

Cícero:
João e o pé de feijão.

Filipe Catto:
Saga.

 U2:
With Or Without You.

Rod Stewart:
I Don't Want To Talk About It.

Bon jov:
Bed Roses.

Metallica:
Unforgiven.

Blind Guardian :
Havest of sorrow.

Ozzy:
 Chances.


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