Tem Templo.
Antes de mais nada, isso não é uma cobrança, é um desabafo.
A pouco mais de 4 anos de forma quase que acidental fui designado para dar treino.
A princípio era apenas para o Luan, Paulo, Dragão e o Dennis, de lá pra cá houveram muitas indas e vindas. Lorem, Rodrigo (do Vagner), Diogo, Caio, Marco, Eric, Fábio, Leanderson, entre outros que passaram pouco tempo conosco.
Desde que tive a função de ministrar os treinos de forma oficial, esse peso caiu sobre meus ombos de maneira assustadora.
Tive medo por um bom tempo, pois havia a diferença entre treinar com meus amigos, e ser responsável pelo ensinamento deles.
Com essa responsabilidade em meus ombros pesquisei sobre tudo que podia e estava ao meu alcance, desde metodologias de treino, lembrando e treinando matérias que tinham sido passadas há muito tempo, estudando o Darma, e tentando me aperfeiçoar para fazer jus à responsabilidade que me foi dada.
Tentei nesses 4 anos sair do papel de professor, e me aproximar ao máximo do que seria o papel de mestre, na tentativa de valorizar e homenagear todo o esforço dos meus alunos.
Na tentativa máxima de ser o melhor que pude, acredito não der fraquejado esse tempo todo, não faltei, não fiz corpo mole, não negligenciei nenhum dos meus defeitos, e tentei ao máximo que pude ser humilde.
Os anos vão se passando, 5 graduações vieram nesse meio tempo, e até hoje via o núcleo como algo unido, de uma irmandade e companheirismo.
Nesse semestre me vejo com um temor que não pensei não existir.
Vejo hoje a possibilidade da extinção do núcleo.
Mesmo com toda a luta para manter todos os alunos atuais, seus afazeres cotidianos tem sido mais importantes, mesmo com todo meu esforço, antes indo de esqueite todos os dias pro treino, e agora indo após o trabalho e voltando de esqueite para casa, ainda assim.
Mesmo insistindo pessoalmente pela presença de cada um, isso não foi o suficiente.
E talvez seja até desumano de minha parte maximizar a dificuldade de uma escolha entre uma vida profissional ou familiar.
Hoje dia 29/03/2017 de 9 alunos fomos reduzidos a 4 que realmente frequentam e 3 que aparecem esporadicamente, como não é a razão desde desabafo não vou julgar qual a motivação e vontade de cada um
Demorei algum tempo para perceber que dedicação e compromisso se tem por vontade própria não se pode cobrar.
E por não poder cobrar é que me vejo no pensamento de que talvez os dias do núcleo estejam contados.
Tendo em vista que somente eu que tenho corrido atras de novos alunos, e não tenho a menor pretensão de fazer alguma propaganda massiva, ou abrir as portas do núcleo para qualquer um.
Seria desrespeito a todo o conceito criado pelo dojô.
Vou manter minha doutrina, minha metodologia, e meu compromisso, caso ainda assim o núcleo venha a perecer será apenas uma confirmação da minha falha, ou da falta de necessidade de um núcleo como esse nos dias de hoje.