O Céu está em chamas
Quebra-se o vidro.
Ao olhar em seus fragmentos, percebe-se a silhueta.
Olha-se para o jazigo, aperfeiçoa-se a tristeza.
Compro um mergulho, para não olhar para o sol.
Remexo em meus entulhos, para procurar o anzol.
Onde foi que fui fisgado, no presente ou no passado?
Quando foi que me banhei na presença do descaso?
Em um augúrio de lamentos, entrega-se o sentimento.
Desabafa-se com um mendigo!
Ignora-se o sábio.
Desdenha do perigo, saboreia-se o amargo.
Não peça favor, cobre dívidas.
Não chore lamúrias, feche as feridas.
Não reclame do descaso, abrace a fadiga.
Não remexa no passado, destrua as saídas.
Perece aquele que pertence ao câmbio, trocando informações como mercante de tristezas.
Não percebe que o que vende se torna sua fraqueza.
Do que reclamar de sua morada, se o sofrimento é seu convidado.
Foi você que abriu a porta, em algum momento do passado.
Foi você que abriu a porta, em algum momento do passado.
Não se entregue, se enterre.
Não venda mais suas magoas, construa fortalezas.
Sua tristeza lhe aquecerá em tempos frios.
Suas lágrimas mataram sua sede em tempos de seca.
Seu medo se tornará ódio em tempos de desprezo
E as traições se tornaram vinganças em tempos soberbos.
E chove sangue no céu!
Rafhael de Oliveira Silva Salles.