domingo, 4 de outubro de 2015

Fabricado sem molde.





Ando incompleto, de fato, incerto.
Medindo cada passo, cada desejo, criando meu muro de concreto.
Corroendo meus medos, meus anseios, organizando os dejetos.
Cada terço quer algo diferente.
A mente paz, o corpo prazer e o coração quer você.
Mas a distancia que deveria ser eficaz, só se faz capataz.
Não faz matar, só faz sofrer.

Em cada esquina que jaz um beijo que ficou pra traz, em que eu lembro você.
Não deixo rosas, nem velas, somente memorias eternas é o que posso oferecer.

Interessante se apresenta, a desigualdade que condena o coração a perecer;
Pois quando a vida te indica que uma felicidade definitiva jamais irá lhe pertencer;
A mente logo ecoa e ao coração atordoa, e o aprisionam em fim.
Cada vez mais cético se torna o apaixonado de outrora, desesperançoso em sí.

Mas ao olha ao seu lado se diverte um bocado em perceber que assim;
Todos estão a fazer o mesmo, se perdendo em desejos tão trívias e senis.
Se preparam para o futuro, deixando o passado no escuro, e o presente mudo.
Caminham sozinhos para não perderem o foco, não se distraírem com sussurros.

Enquanto falam de política tentam criticar as feridas de quem estar em volta e afins.
Sem perceber seus escárnios, só observam salários em desperdícios sem fim.
Acada tentativa uma mosca, que ao invés de em sua sopa, pousa em suas feridas febris.

Eu, cabeça dura e amante, permaneço errante.
Fazendo do passado uma gestante do que no meu futuro está por vir.
Sem desapegar do passado, não me desfaço dos laços, pois meu coração quis assim.
E no meu presente me preparo, para na aurora do amparo, não me desesperar e sair.

E em cada fragmento que ficou aqui dentro há uma poesia à sair.
E pra cada vez que tentares me matar, do seu coração  me exorcizar, sabia que por aqui,
Eu estarei a eternizar tudo que em mim encontrar que traga lembranças de ti.
E sei que o auguro do amante é amar uma sombra, uma fantasia sem fim.
Não vou produzir esperança, mas vou moldurar as lembranças do tempo em que estavas aqui.
E ter na mente com esmero, de que um dia talvez em meu castelo você venha dormir.
E quem sabe apaziguar meu coração que vive a sonhar em te trazer junto a mim.

Em uma felicidade seresta me despeço da peça que meu coração atuou.
Sem me envergonhar nem por um momento de ainda declarar, que ainda ama a quem amou.
E se o tempo para você é um remédio, digo que em mim deu revertério e que só aprofundou.

Não espero que leia esses versos, pois neles confesso meu inteiro pesar, 
Pois não há nada mais triste na vida, que separar duas pessoas que nasceram para se amar.
E digo com toda certeza, e sem delicadeza o que me põe a estranhar:
Não seria covardia, se  afogar na rotina, ao invés de amar e lutar?
Não seria épico, se no lugar da distancia tivéssemos os dois para amar?
Ou talvez na loucura, o resto do mundo aprovasse e começasse a aceitar!?
Pois talvez, e somente talvez, ainda nos dias de hoje, as pessoas que se amam deveriam continuar a se amar.

                                    Rafhael de Oliveira Silva Salles.

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